Ouço o canto abafado das árvores
Através dos muros que criei
Pelas portas e janelas que cifrei
Pra nos afastar
Ouço o tempo sem passar.
O som do silêncio entrecortado em suspiros
Enquanto adormeço.
Um estrondo rompe o martírio dos cílios,
Quebrando o cristal de sereno nos olhos!
Estou em transe...
Misturam-se sonho e realidade,
Sigo pelas ruas da cidade
O meu corpo são palavras
Minha alma, são canções.
No socorro
Acendo velas e angustias
O incenso nas narinas me causa aflição
Te rezo, e tenho uma leve impressão
De ouvir tua gélida voz me consumindo o juízo
Pra enlouquecer de vez
Tudo o que precisava agora
Era desconfiar que ainda habitas em meu peito
E eu fico assim sem jeito
Tua presença me apavora
Os pássaros, onde estão?
A manhã não vem?!...
Um comentário:
as mesmas aflições
os mesmos desejos?
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