As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

domingo, 8 de dezembro de 2024

Janela pro Céu

De alguma maneira 

Escuto a voz que ecoa do mundo 

Não é uníssona, nem uniforme 

E seu ritmo é rouco e intenso

Lento como a manhã sem vento


Me inspiro

Como tudo que me toca e reverbera

A flor que decai em meu colo 

O ar que adentra o peito 

E me alimenta por dentro

Do corpo físico à lembrança da alma


Quanto tempo tenho

Até o silêncio me cantar outro sonho

Quanto espaço me cabe

Até o anoitecer do pensamento?


Quão denso é o desejo 

A tecer os acordes tenros da matéria

Será a leveza da poesia 

A onda luminosa no vácuo

A onda sonora das árvores

A onda gravitacional que nos abraça


Retribuo a alegria

Que nos atravessa

En cantamento

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