De alguma maneira
Escuto a voz que ecoa do mundo
Não é uníssona, nem uniforme
E seu ritmo é rouco e intenso
Lento como a manhã sem vento
Me inspiro
Como tudo que me toca e reverbera
A flor que decai em meu colo
O ar que adentra o peito
E me alimenta por dentro
Do corpo físico à lembrança da alma
Quanto tempo tenho
Até o silêncio me cantar outro sonho
Quanto espaço me cabe
Até o anoitecer do pensamento?
Quão denso é o desejo
A tecer os acordes tenros da matéria
Será a leveza da poesia
A onda luminosa no vácuo
A onda sonora das árvores
A onda gravitacional que nos abraça
Retribuo a alegria
Que nos atravessa
En cantamento
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