Numa noite de doces pesadelos
Sonhei conosco
Meu mundo, o teu
Abdoral que fui, sentindo deus
Cantei em língua ancestral
Confundido em arcaico português.
Os dias em que murmurava aquilo que falavam as almas
Sentia o efeito dos sentidos queimando ao som das palmas
Ela estava do outro lado da realidade possível
Me fiz mais eu do que nunca
A vi então, mais ela que sempre
Temi ser mais do que deveria, do que poderia
E vivi num instante uma imensa alegria.
Estávamos tão à vontade
Que os pólos derretiam
Tudo por nossa causa, culpa
Senti-me tão irresponsável por tudo
Lembrei de Badzé que a tanto não passeava por essa existência...
Redescobrindo a ciência
Reinventando o futuro
Meu canto soou como um esturro
Vieram três mil anos de escuro
Três décadas de impaciência
A sabedoria de meus pais
Os carinhos de minhas mães
E meu aparente comportamento
Já nem pareceria rebelde.
“Beirando a demência
Eu cantava e dançava”
Por onde você andou que não me sentia
Tantos pensaram que eu mentiria, pra nos poupar
Mais eu estive aqui tragando o presente
E adivinhei tua sorte
Atravessamos a morte
O vale dos cariris encantados
A floresta misteriosa de nossos silêncios
Um mundo que nem mais pertencemos.
Estes seriam outros planos.
Renasceremos sentindo os céus entre os pés
Esse chão sagrado será o berço dos desejos que surgirão reconstruindo o tempo
E caberá a nós em nossos filhos
A oração da felicidade
Não apenas por si sós
Mas por todos ao nosso redor
Dentro e fora de nós
Quando o recomeço vier,
Será assim com o novo eixo da terra.
As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?
Um comentário:
(...)Numa noite de doces pesadelos
Sonhei conosco
Meu mundo, o teu
Abdoral que fui, sentindo deus
Cantei em língua ancestral
Confundido em arcaico portuguê(...)
... Então, Assim são os sonhos: rodopiam ao compasso do tempo, mas sempre nos trazem o brilho da felicidade...
Postar um comentário