As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Dedilhados

No tempo inexistente
Do intervalo menor entre nossos versos
Entramos em sinfonia com o silêncio
E de alma ressonando além do corpo
Dos universos visível de tua janela
Ouvimos o cantar da noite
Enquanto não dormimos

Entre um ponteio e outro,
Entre tantas melodias infundadas 
Em nosso leito, buscamos uma harmonia
Onde caibam nossas dissonâncias
Polirritmias, quem sabe quânticas,
Nos envolvendo os pulsos
Sambando as pernas
Revirando os olhos
Enfeitiçando os dedos

No baião da viola
Sonhamos com o mote
Dos próximos versos
Que virão de improviso
No desafio de quem ama
Na poesia apaixonada
Anacrônica, romântica
De quem vê e faz
Poesias ao luar
Sem sentir-se démodé
Assim temos tudo o que precisamos
Tudo o que sonhamos
Sem nunca esperar que a vida nos dê

Nenhum comentário: