Numa noite dessas
Quando não estou a tocar
Mesmo com o corpo cansado,
Em minha mente,
Não descansam os sonhos
Os sonhos nunca dormem...
Penso na relatividade do vento...
Nas horas seguindo em seu curso
O cigarro se apaga
O frio me envolve
E como o abraço desconfortável de um inimigo
Temo uma incerta confusão das células
Tento compor essa canção
Na ânsia de evitar uma tensão nos órgãos
Pela coincidente falta d'água
Em meus olhos, em São Paulo
No sertão
Na metrópole
Hoje desconfio, tanto faz,
Se não nos chovesse
Se não me viessem as lágrimas
Não seria por falta ou excesso de vontade
simplesmente
Seria por falta de esperança
Por isso, sempre que posso
Guardo comigo lembranças
Porque elas me fazem sentir
Tudo o que preciso
Quando, mais, ou menos, preciso
De motivos pra continuar dançando
Por um mundo, uma vida, ou pelo menos
Por uma madrugada melhor
Em seu silêncio mais suave
Belo e aterrorizante.
Sinto minha alma transfigurar-se
No pulsar quântico de meu coração
O corpo físico, máquina,
Processando uma nova melodia
Que inicia um novo batimento
Um lugar mágico em que descubro a harmonia
E os sonhos tornam-se reais
Ali, nesse não lugar, rodopia uma bailarina
Vestida de Rainha
O reisado
Agora
É aqui
E todos os entremeios
Brincam em meu peito
As palavras, em seus sons, estão aqui em processo, se transformando, como esse texto, incompleto, que um dia terminarei. O papel virtual de minhas realidades, sendo escrito enquanto logo, meus dados, na máquina, na rede de rendas digitais. Nas ladainhas, aboios e encantamentos, sentimentos ou/e em outros infindos indícios analógicos, que sim, ainda existem! E resistem, a qualquer falsa ou equivocada idéia de modernidade ou tecnologia. Tome cuidado com os meus acentos.
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?
Eles podem brincar de mudar seus sentidos.
Estamos subentendidos?
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